domingo, 11 de julho de 2010

Como escrevo quando escrevo


Palavras, frases, versos, rimas, enquanto escrevo um turbilhão de idéias e palavras a vulso surgem em minha cabeça. Tento uni-las, desuni-las, por em um contexto, mas na maioria das vezes nada.

Mas não preciso, o que sinto necessidade é apenas de escrever, quando estou triste os textos são tristes, quando estou bem os textos me acompanham e quando estou feliz saem músicas.

Mas na maioria das vezes essa união de pensamentos não faz sentido. Mas o que importa quem vão lê-los?

O meu melhor amigo é o papel e a caneta, eles me “escutam” perfeitamente e nunca reclamam de serem amassados nos meus surtos de raiva.

Enquanto escrevo não preciso explicar o porquê eu sinto, o papel se satisfaz em “ouvir” o que eu estou disposta a contar.

Um momento de puro transe, uma vibe de calma envolve meus pensamentos, pelo simples fato de eu poder expressa-los, e ele nunca vai te dar uma “bronca” se pensar algo errado.

Fecho os olhos, cruzo as pernas, sento-me ao chão com as mãos fechadas, segurando a cabeça e os cotovelos encostado-se ao joelho... Pronto, não tem como o pensamento sair, dessa vez.

Finalmente da escuridão dos meus olhos começam a surgir palavras e às vezes ousam a surgir frases. Mas ainda sim não fazem sentido algum pra mim. Quando percebo minha testa já esta até dolorida de tão tensa que minhas sombracelhas se encontram, os óculos que antes estavam no rosto, já se encontram usado com tiara prendendo os cabelos que implicam com os meus olhos, os olhos que antes fechados está fitando um ponto na parede, um ponto fixo... E assim passam minutos.

Encontro dentro dessa confusão de idéias, palavras, loucuras... Um significado, a palavra-chave. Ponho-a como tema, e só começo aceitar as frases que sejam semelhantes a esse tema.

Entre rabiscos, escrita não lida, erros de português, letras entrelaçadas começa a criar um sentido, um sentido ainda sem sentido, mas passou a ter um foco. As pernas se descruzam, torna-se a cruzar, o cabelo que ainda briga com olhos, resolveu brincar de me fazer rir acariciando as minhas costas, a mão que não escreve repreende o cabelo, e começa a coçar os braços, pernas, costas, nariz, cabeça, mesmo que não estejam coçando.

A única coisa que não pode ocorrer é interrupção, pois por mais mínima que seja o pensamento escapole e começa se atropelar, as coisas passam a não ter sentido o tema muda.

Mas pêra ai? Qual era o tema desse texto? Ah, como escrevo quando escrevo, esse como me faz ter dúvidas, será que eu descrevo como eu escrevo ou como eu gostaria que estivesse escrevendo? E nessa confusão toda eu acho o meu tão procurado “como”,

Sou essa fusão de trejeitos e teorias. Segura, brincalhona, contraditória, sensível, que ri que chora, eu só sei ser eu, neurótica, ansiosa, nervosa, teimosa, bagunceira, alegre, risonha mesmo assim quase centrada, mas sempre objetiva.

Tudo em um mix, em um corpo imerso em desejos, vontades, urgências, dúvidas e sonhos. Eu aspiro um ar com um vento de zumbido brincalhão, que possa tentar tirar o peso de um mundo acusador de minhas costas.

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